Por um ensino médio democrático, inclusivo, integral e transformador
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Imagina uma escola que inclua todas as nossas expressividades e olhares de mundo. Uma escola que tenha espaços para atividades como poesia, batalha de rimas, slam, teatro, música, pesquisa científica e todos (TODOS mesmo!) os esportes. Imagina que todas essas formas artísticas, culturais, esportivas e científicas sejam valorizadas igualmente, e que cada um de nós possa praticar um pouco de todas essas habilidades e se permitir usar essas várias linguagens diante dos desafios do mundo! Imagina ter estrutura pra isso, com bibliotecas, quadras, laboratórios, teatros e mais…
Uma escola (ou, por que não, muitas escolas) onde possamos transitar. Escolas que possibilitem nos tornarmos o que queremos e até descobrir novas possibilidades do que podemos ser. Imaginou?
Como boa cria do ensino público, eu sonhava com todas essas possibilidades. Tendo sido a primeira da família a entrar na universidade pública, uma das poucas a cursar o Ensino Médio, eu não poderia deixar de sonhar com uma educação para todes. Mas, e se eu contar para vocês que esse sonho de ter uma escola pública de qualidade é possível e todes temos capacidade de transformar a educação brasileira?
Se eu disser que podemos emancipar as escolas, dando a cada uma autonomia para desenhar projetos político-pedagógicos que olhem para nossas trajetórias, territórios e anseios de mundo? E se pudermos tornar a escola democrática, onde TODES – comunidade, professores, funcionários e estudantes – possam participar das decisões sobre o que aprender, como aprender e avaliar nossas aprendizagens? Vocês conseguem imaginar essa escola?

Mesmo em meio a tantos ataques à educação nos últimos anos, muitos jovens, gestores e educadores imaginam uma educação radicalmente diferente daquela que impera no Brasil. Antes da pandemia, a Ashoka, a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação estimularam debates e a construção coletiva de propostas de um Ensino Médio democrático, inclusivo, integral e transformador. Fizeram isso combinando contribuições de mais de 500 pessoas, representando cerca de 100 organizações engajadas com a defesa da educação. E, assim, traçaram 27 propostas da educação que queremos. Você pode ler todas elas na íntegra aqui. Mas, não se acanhe que lá vai um resumão:
Por uma educação inclusiva
A educação que queremos inclui nossas vozes! Nós, jovens negros, indígenas, periféricos e mulheres queremos que as escolas escutem, acolham e apoiem.
Para isso, é preciso de espaço para que nossas opiniões sejam incluídas. Que nós sejamos os sujeitos de avaliação quanto aos nossos aprendizados e os métodos de ensino. Que tenhamos voz para opinar sobre os projetos político-pedagógicos. Que tenhamos liberdade para criar, imaginar e produzir conhecimentos, para expressar nossos aprendizados. Também queremos o direito de transitar pelo espaço: por escolas com infraestruturas acessíveis a todes!
Por uma educação democrática
Queremos que a escola seja um espaço de fazer democrático, onde todes possam trabalhar e pensar juntes estratégias para projetos político-pedagógicos de ensino. Para isso acontecer, o Estado precisa garantir a participação da comunidade.
Por isso, reivindicamos que seja garantido aos pais ou responsáveis o direito a se ausentarem do trabalho para participar de atividades escolares de seus filhos, como uma justificativa legítima.
Queremos também formações pedagógicas para nossos professores que fortaleçam o diálogo democrático e político. Para que nossas lutas antirracista, ambientalista, feminista, LGBTQIA+, anticapitalista e tantas outras sejam a partir das escolas e junto das escolas.
Por uma educação integrada a nossas realidades
Queremos que a educação seja integrada a nossos contextos e territorialidades (nosso corpo-território).
Cada povo, comunidade, região tem suas especificidades, e as escolas precisam ser espaços que impulsionem e mantenham vivos os saberes e tradições ancestrais de cada lugar. A educação precisa atender às demandas locais para o desenvolvimento de cada comunidade e educando.
Mas, não basta haver fortalecimento das ideias locais, é importante a transitoriedade entre escolas; as trocas são cruciais. Para que possamos sonhar com futuros para além de onde podemos ver, precisamos de uma rede de escolas, de intercâmbios de conhecimento e mais: que as universidades se aproximem das escolas e incentivem a continuidade dos estudos, mostrando possibilidades de ser.
Por uma educação transformadora
Frente às desigualdades, problemas socioambientais e políticos de cada contexto, queremos uma educação que propague a justiça social, que instigue a capacidade de transformação social de educandos, educadores e toda uma comunidade.
Que a escola seja um espaço para pensarmos juntes formas de transformar a realidade através da educação. Que a educação não nos limite, mas nos emancipe, que nos permita sonhar o futuro que queremos!
Você leu as 27 Propostas para um Ensino Médio democrático, inclusivo, integral e transformador e quer participar desta construção? Então, fale com a gente pelo Instagram da Ashoka, porque a partir do dia 28 de abril, a gente vai contar histórias de quem já vem transformando essas propostas em realidade. Precisamos que você e todes façam parte desta transformação!
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