Notícia: Webinar Educação Midiática – uma conversa sobre informação e a série Idade Mídia

Webinar Educação Midiática – uma conversa sobre informação e a série Idade Mídia

Educação Midiática compreende o conjunto de habilidades para acessarmos, refletirmos, criarmos e compartilharmos, de forma crítica, conteúdos impressos ou digitais, por todos os meios, em todos os formatos pelos quais a informação puder trafegar.

É nesse universo que orbita a série Idade Mídia, produzida pelo Canal Futura: oportunidades e riscos de se aprender em uma sociedade hiperconectada, usar o real e o virtual como ferramentas potentes para a educação, identificar fake news, jornalismo de dados, gamificação, Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – uma diversidade de temas que se conectam e se fundem em uma grande teia de saberes e vivências do mundo moderno.

Assista à série Idade Mídia!

Abertura

No sentido de estimular e qualificar o debate sobre o tema, e aproveitando a estreia dos novos episódios da série Idade Mídia, o webinar (21/09) contou com a mediação do apresentador da série, Alexandre Sayad, que é jornalista, consultor e especialista em Educação e Mídia.

Coube a João Alegria, gerente do Laboratório de Educação da Fundação Roberto Marinho, o discurso de abertura: “O Idade Mídia se insere no cenário da educação como um canal de educação midiática, que surgiu a partir da iniciativa do Geração Futura, há 15 anos. Um ponto de partida maravilhoso”. E Alexandre complementou o início carregado de afeto e boas lembranças, como prenúncio da conversa que estava por vir: “Lembro-me dos primeiros educadores do Geração Futura… Nossa intenção é deixar esse tema mais próximo das pessoas mesmo”.

Conheça o Geração Futura!

Webinar Educação Midiática – saiba como foi

Foto de Carol, uma linda mulher negra de cabelos bem escuros e encaracolados. Ela está de blusa rosa, cordão prateado, brincos, batom rosa e óculos de grau com armação preta
As experiências de Carol em sala de aula inspiraram outros professores. (Foto: divulgação)

Carol Ponciano, pedagoga, deu início ao debate contando a história que lhe motivou a criar o coletivo Tudo é pedagógico: “Iniciei minha carreira de professora com uma turma do 4º ano do Ensino Fundamental, na rede pública municipal do Rio de Janeiro. A experiência não foi boa. Como não consegui encontrar um caminho para a relação com elas e eles, passei a achar que o problema estava em mim, que eu não sabia dar aula”.

Por conta de o episódio ter tido uma carga emocional forte, a saída que Carol encontrou foi a terapia. Ao longo do processo clínico, entendeu que a relação com a turma precisaria ser construída olhando mais adiante, no longo prazo. E deu resultado: “Quanto mais eu propunha, mais a turma correspondia!”.

“Ao final do ano, fui estimulada a compartilhar o que eu havia vivido em sala de aula com outras e outros professores. Nascia o Tudo é pedagógico!”

Após decidir focar a divulgação no Instagram, Carol começou a compartilhar seus processos pedagógicos com a turma, dividindo funções com elas e eles, contando como aquilo tinha dado resultado quase que instantâneo junto às(aos) estudantes.

Consequentemente, o interesse pelos posts do Tudo é pedagógico também aumentou: “Hoje, eu falo pra professores, mas também pra psicólogos, pais, um público muito diverso. Começamos a fazer lives semanalmente também, por causa da pandemia. Já falamos sobre alfabetização, gestão de pessoas na educação, impacto de situações de conflito na aprendizagem. E sobre experiências frustrantes também”

“Fiz o Instagram pra ajudar professores e tenho visto o quanto eu mesma tenho sida ajudada.”

Imagem de Bart, um homem branco de cabelos finos e loiros. Ele parece ter cerca de 47 anos e está de paletó
Bart Vetsuypens falou sobre alfabetização midiática por meio da contação de histórias. (Foto: divulgação)

O 2º convidado do Webinar Educação Midiática foi Bart Vetsuypens, fundador da organização Comundos, que trabalha com educação midiática em vários países, incluindo o Brasil.

Bart conta que sua organização “promove a alfabetização midiática por meio da contação de histórias (storytelling), utilizando softwares livres e tecnologias acessíveis – on-line e off-line. É dessa forma que estimulam jovens a compartilharem suas ‘histórias digitais’, fazendo-os refletir criticamente sobre seu papel cidadão”.

Com parcerias em diversos países, a Comundo foca em desafios como a inserção de Tecnologias da Informação e Comunicação (Tic) em regiões remotas, trocas de experiências inovadoras e interculturais, além de como podemos nos conectar globalmente.

“Há 5 anos, já sabíamos que era necessário compartilhar conteúdos educacionais pelo mundo.”

Alcançar tanta gente, em lugares diferentes, através da implementação de histórias digitais, com aparelhos celulares e material multimídia, tem promovido nessas pessoas uma série de habilidades relacionadas à Educação Midiática. Bart elencou algumas delas:

  • Interpretação e análise de contextos e informações;
  • Estruturação de conteúdo;
  • Comunicação escrita e oral.

As competências que escolheram para nortear suas ações vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas, como buscar por uma educação de qualidade, energia acessível e limpa, parcerias em prol de metas e outras.

“A contação de histórias fortalece e empodera as pessoas, desenvolve identidade, felicidade e satisfação”

Imagem de Nataly, uma mulher com cabelos escuros, bem volumosos e encaracolados. Ela está de batom vermelho
“O racismo estrutural determina os espaços onde entraremos ou não”, diz Nataly. (Foto: divulgação)

Nataly Simões, editora do coletivo Alma Preta, agência de jornalismo especializado na temática racial do Brasil, contou sobre suas experiências a partir de uma pergunta de Alexandre Sayad: “Como superamos nossos entraves estruturais com relação ao racismo?”.

E foi pela própria história do Alma Preta que Nataly começou a a expor seus posicionamentos sobre o racismo estrutural: “Nosso conteúdo valoriza os profissionais negros. Somos maiorias minorizadas(os) nos próprios cargos de liderança. Temos como objetivo construir um novo formato de gestão de processos, pessoas e recursos através do jornalismo qualificado e independente”.

“A mídia deseduca a população sobre os negros”

Abordando a desigualdade social brasileira, com ênfase no racismo, Nataly é direta: “Muitas e muitos de nós, negras e negros, não temos aparelhos eletrônicos para nos conectarmos à internet. Ou sequer temos internet que dê conta do que precisamos fazer em comunicação. O que a gente fala é sobre como a cultura afrobrasileira pode ajudar no nosso contexto aqui”.

O Alma Preta conta com uma linha editorial dividida da seguinte forma:

  • Realidade – discussão sobre o racismo na política, economia, cultura e esporte;
  • Da Ponte Pra Cá – a visão da periferia e o que acontece de positivo nas favelas do país;
  • Mama África – notícias do continente africano de forma que exponha a complexidade de temas e sua rica diversidade;
  • O Quilombo – o espaço da rede de opiniões dos colaboradores e parceiros do Alma Preta.

“O racismo estrutural determina os espaços onde entraremos ou não”

Imagem de Gilberto, um jovem rapaz branco de cabelo castanho escuro e bem curtinho. Ele usa óculo de grau com armação redonda e ostenta bigode e barba por fazer
Gilberto Vieira. (Foto: divulgação)

O último convidado do Webinar Educação Midiática foi Gilberto Vieira, fundador do data_labe, laboratório de dados e narrativas da favela da Maré, no Rio de Janeiro.

Ao contar sua história, desde a chegada no Observatório de Favelas, em 2012, até o início dos trabalhos do data_labe, em 2015, já em parceria com a Escola de Dados, Gilberto é objetivo: “Percebíamos 2 paradigmas permeando as disputas no território: o paradigma da falta e o da potência”.

No sentido de lutar por espaço e voz nessa realidade, o trabalho que desenvolvem se sustenta em uma reflexão importante: “Exploramos dados e narrativas para participarmos da disputa pela cidade, usando a mídia, o jornalismo. Formação, conteúdo e uma geração cidadã de dados são as 3 frentes do data_labe”.

“Escolhemos disputar o paradigma da potência”

Dedicados à formação de jovens da periferia no jornalismo de dados, promovem residências jornalísticas, em que jovens passam 3 meses vivenciando oficinas e criando matérias. No passo seguinte, os esforços são voltados para fazerem esses conteúdos terem visibilidade e espaço na grande mídia. Trabalham ainda com a verificação de informações falsas (fake news), checando semanalmente mensagens disseminadas por grupos de Whatsapp, como as que influenciaram significativamente as últimas eleições presidenciais.

Gilberto falou ainda sobre outras iniciativas de educação midiática desenvolvidas por elas e eles na Maré:

  • CriptoFunk – um evento-festa para difundir os conceitos fundamentais da criptografia, da privacidade e da liberdade na Internet, além de práticas de autocuidado e cuidados coletivos, e de segurança física;
  • Cocozap – fruto de parceria do data_labe com a Casa Fluminense, trata-se de um canal de notificação, debate e proposição sobre saneamento básico, a partir de mapeamentos participativos ágeis sobre a coleta de lixo e o esgotamento sanitário em favelas e periferias do Rio;
  • Podcast data_lábia – programas sobre as diversas pautas que o data_labe aborda, como racismo, misoginia, dados da Maré, cultura, saneamento básico, violência, LGBTI+ etc.

O encerramento do Webinar Educação Midiática foi de João Alegria:

“É importante valorizarmos a formação de redes para aprendermos pelas redes, no compartilhamento de experiências, repensando nossa prática. É importante e relevante”

Assista ao Webinar Educação Midiática!
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