Notícia: Fundação Roberto Marinho e Instituto Palavra Aberta promovem café com a imprensa para debate sobre Educação Midiática com especialistas estrangeiros

Fundação Roberto Marinho e Instituto Palavra Aberta promovem café com a imprensa para debate sobre Educação Midiática com especialistas estrangeiros

A velocidade e a maneira como as pessoas consomem as milhares de informações que chegam pelas mais variadas plataformas mudou muito nos últimos anos. E muda a cada segundo. Mas como devemos lidar com isso?

Um café com a imprensa, realizado em parceria entre a Fundação Roberto Marinho e o Instituto Palavra Aberta, que aconteceu ontem, dia 23 de maio, na sede da FRM, no Rio, foi uma oportunidade para jornalistas de vários veículos do Grupo Globo e do Notícias da Maré conhecerem melhor as tendências e as experiências mundiais no campo da educação midiática.

Participaram os especialistas Renee Hobbs (pesquisadora e professora de Estudos de Comunicação na Harrington School of Communication and Media da Universidade de Rhode Island, além de fundadora e diretora do Media Education Lab, coeditora e fundadora do Journal for Media Literacy Education e codiretora do Certificado de Pós-Graduação em Letramento Digital da URI), Michelle Ciulla Lipkin (diretora-executiva da National Association for Media Literacy Education (NAMLE) e professora-adjunta de Alfabetização Midiática no Brooklyn College), ambas dos Estados Unidos, e Paolo Celot (fundador e secretário-geral da EAVI - European Association for Viewers' Interests), da Itália. E foi do italiano Paolo uma das mais objetivas e concisas definições sobre a educação midiática:

“Todo tipo de informação chega às pessoas, mas como isso deve ser compreendido e consumido é uma das funções da educação midiática”

Eles estão no país para participar do Encontro Internacional de Educação Midiática, realizado pelo Instituto Palavra Aberta, Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil. O evento é gratuito e acontece em São Paulo nesta quinta-feira, dia 25 de maio.

Durante o café, surgiram muitas e variadas questões sobre os desafios atuais da educação midiática, e Michelle destacou, como um dos mais importantes, a necessidade de acompanhar e avaliar a atuação das empresas de mídias sociais, além do papel fundamental que a educação midiática tem quando o assunto é violência na mídia.

Tanto Michelle quanto Renne falaram sobre as dificuldades de se unificar as discussões sobre esse assunto no país delas, já que nos Estados Unidos são, ao todo, 50 estados com 50 leis diferentes. Renee disse que Washington, Nova Jersey e Illinois são os estados que mais avançaram sobre o tema.

Diversas pessoas sentadas.
Antônio Gois fala aos demais jornalistas e especialistas em educação midiática no café com a imprensa, na Fundação Roberto Marinho.

Paolo destacou a sua preocupação em relação à proteção das crianças na Internet. Na Europa existem regras que as protegem, mas ele defende que essas regras sejam uma meta global, sem diferenças entre os países.

Já Renee falou como a educação midiática tem que chegar também às pessoas mais velhas, por exemplo, e que essa discussão tem que ser ampliada para os mais diferentes públicos. Citou, inclusive, uma ação da qual fez parte em Austin, no Texas. Ela foi chamada, como educadora e especialista, para participar de uma experiência voltada para os policiais.

O primeiro passo foi analisar que tipo de treinamento era realizado com eles e chegou-se à conclusão que os vídeos usados como instrução eram extremamente violentos e racistas. Como esperar um comportamento mais civilizado nas ruas se a forma como a informação era passada para eles era completamente equivocada? Renee demonstra, com esse caso, o quão grave pode ser o resultado quando a maneira em que a informação é passada é distorcida, dando como exemplo o movimento “Black lives matter”.

Dois homens conversam em uma sala com o fundo em verde-claro. À esquerda, o jornalista Fernando Gabeira. À direita, José Brito, gerente do Canal Futura.
José Brito, gerente de Comunicações e do Canal Futura, em conversa com o jornalista Fernando Gabeira, no estúdio do Canal Futura.

A informação move o mundo. Por isso, encontros como o café com a imprensa promovido pela Fundação Roberto Marinho, uma instituição que usa a comunicação como uma ferramenta essencial para chegar aos mais diversos segmentos da sociedade, e o Instituto Palavra Aberta, que, desde 2019, desenvolve o EducaMídia, programa de educação midiática criado para capacitar professores e organizações de ensino, são essenciais para a formação de um pensamento mais claro e consciente sobre a importância da educação midiática no trabalho diário da imprensa.

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