Notícia: Inteligência artificial na educação profissional: o que muda o jeito de ensinar e aprender?

Inteligência artificial na educação profissional: o que muda o jeito de ensinar e aprender?

Saiba como a IA na educação profissional personaliza trilhas de aprendizagem e impulsiona a empregabilidade

Recomendações de séries, apps de mensagem, ferramentas de produtividade e uma infinidade de imagens e vídeos. A inteligência artificial está cada vez mais presente no nosso cotidiano, é o assunto do momento. Mas o que talvez nem todo mundo saiba é que essa tecnologia já começa a transformar também o jeito de ensinar e aprender, especialmente na educação profissional.

No SENAI, a inteligência artificial vem sendo aplicada para analisar dados, sugerir rotas de aprendizagem, adaptar conteúdos ao perfil do estudante e ampliar as possibilidades de formação e empregabilidade. 

Mas há quem enxergue a tecnologia com receio e tema ser substituído pela máquina.

Afinal, a inteligência artificial substitui o trabalho humano?

Para Bruno Silveira Duarte, especialista em educação profissional e tecnologia no SENAI, a resposta passa menos pelo medo da substituição e mais pela capacidade de adaptação.

Aspas

A IA não vai substituir o humano diretamente, mas quem souber utilizar melhor a IA sairá na frente.

Bruno Silveira Duarte

Aspas

Bruno atua há 18 anos no SENAI, liderando iniciativas de educação a distância, inovação e, mais recentemente, o desenvolvimento de uma inteligência artificial com foco em apoiar a jornada do estudante. O especialista defende que o uso inteligente da IA pode ampliar a produtividade e ajudar a lidar com múltiplas tarefas. “Antes, uma demanda podia levar 10 dias. Agora, com apoio da IA, você pode gerenciar até 10 demandas em 10 dias.”, compara.

Ainda assim, ele reforça a importância de desenvolver o pensamento crítico e a análise de impacto. “A questão é prepararmos estudantes que consigam lidar com esse boom de informações geradas pela IA e entender os problemas para além do que a máquina responde e, sobretudo, prepará-los para saberem como fazer as perguntas certas para a IA responder da melhor maneira”.

Como a inteligência artificial está sendo aplicada na educação profissional

Bruno explica que a inteligência artificial tem potencial para transformar a educação profissional por meio da personalização e da análise de dados. “Hoje, a gente interage com a IA principalmente por texto, mas ela já pode escutar, ver, interpretar sons, imagens e até contextos. Isso abre portas para novas interfaces e formas de ensinar e aprender”, afirma. Segundo ele, essa capacidade da IA de compreender contextos e prever demandas futuras pode gerar impacto direto no ensino técnico e na qualificação de profissionais.

A imagem mostra dois jovens usando notebook em um espaço ao ar livre

IA no ensino técnico: personalização e apoio ao professor

No contexto da educação profissional, a IA está sendo utilizada como apoio à criação de trilhas de aprendizagem personalizadas, que respeitam o ritmo, o estilo e as necessidades de cada estudante.

Ela pode auxiliar os professores na elaboração de simulações, estudos de caso, desafios e projetos integradores, dentro da abordagem por competências adotada pelo SENAI. “Nosso modelo não é conteudista, é baseado em situações reais. E a IA pode facilitar a contextualização, propondo recursos e caminhos adequados para cada perfil de estudante”, explica Bruno.

Ferramentas com IA para apoiar a jornada do estudante

Batizada de NAI, a IA do SENAI atua como um assistente pessoal para estudantes e docentes. Ela integra diversos serviços (administrativos, pedagógicos e voltados à indústria) em uma jornada única e contínua ao estudante.

Por meio das informações passadas pelo estudante como interesses, experiências e histórico, a NAI faz recomendações de carreira, cursos e rotas formativas.

Ela também ajuda a customizar a jornada de formação, além de diagnosticar gaps de competência em função de vagas de emprego ou desejos de carreira, em áreas de interesse específicas, e assim adaptar o ensino ao estilo e perfil do estudante, considerando as oportunidades profissionais da região em que ele está.

“Ela funciona com base no histórico do aluno, nos seus interesses e nas suas experiências anteriores A ideia é que o estudante tenha um canal único de interação ao longo de toda a sua formação e que o acompanhe ao longo da vida”, conta Bruno.

A imagem mostra um jovem tendo aulas através de um notebook

IA como ponte entre educação profissional e mercado de trabalho

Para Bruno, o uso da IA tem um objetivo claro: gerar impacto social real. Isso inclui apoiar estudantes a se prepararem melhor para o mercado, ajudar empresas a planejarem treinamentos mais eficazes e permitir que as instituições educacionais atualizem seus currículos com base nas tendências do setor produtivo.

“Nossas soluções de IA devem entender o contexto do trabalho para ajudar as pessoas a se manterem em aprendizagem contínua, através da oferta de formações profissionais que agreguem essa tecnologia inovadora para o benefício da carreira das pessoas e da indústria”.

A inteligência artificial, nesse cenário, funciona como uma ponte conectando pessoas, ensino e trabalho.

“Ela deve ser parte da nossa caixa de ferramentas. O mundo do trabalho vai continuar exigindo criatividade, julgamento, habilidades sociais. E quem souber usar a tecnologia como aliada, vai estar mais preparado”, conclui.