Impactos da pandemia na educação e no mercado de trabalho
Compartilhar
No momento em que o Brasil tem a maior população jovem de sua História - 1 em cada 4 brasileiros, hoje, são jovens -, cerca de 1,4 milhão de estudantes do Ensino Médio do país não tinham atividades escolares devido à pandemia, no fim de 2020, e a taxa de desemprego entre os jovens atingia níveis históricos, chegando a 29,8% na faixa de 18 a 24 anos (o dobro do índice de 2014).
Esses e outros dados sobre os desafios das juventudes do Brasil e os impactos da pandemia na educação e no mundo do trabalho foram tema de debates na Semana de Avaliação gLocal, evento internacional de monitoramento e avaliação que reuniu trabalhos de mais de 40 países, entre os dias 31 de maio e 4 de junho de 2021.
Os encontros virtuais foram abertos ao público, com acesso gratuito. O centenário do educador Paulo Freire também foi lembrado, em evento online que abordou a pedagogia e os princípios da avaliação freiriana, e sua aplicação no caso do Projeto Telessala Maré.
No dia 2 de junho, o encontro online “Plataforma Juventude, Educação e Trabalho” apresentou um panorama dos desafios das juventudes brasileiras e como os indicadores de educação e trabalho foram afetados pela pandemia do coronavírus, incluindo o acesso às atividades escolares, emprego e informalidade e conectividade.
Os dados estão reunidos na Plataforma, ferramenta gratuita que reúne dados, análises e conteúdo audiovisual, desenvolvida pela Fundação Roberto Marinho, com o apoio do Itaú Educação e Trabalho, e podem ser conferidos aqui.
Estudos mostram que desigualdade se aprofundou
No mesmo dia, o encontro “Retratos da Educação na Pandemia: um olhar sobre múltiplas desigualdades” apresentou os dados colhidos por diversos estudos realizados ao longo de 2020, e reunidos na publicação de mesmo nome, para dimensionar os efeitos da suspensão das aulas presenciais nos processos de ensino e de aprendizagem.
No encontro, o público teve acesso a dados que evidenciam o aprofundamento das desigualdades educacionais, afetando em especial os mais vulneráveis. O debate reuniu especialistas das instituições parceiras na realização das pesquisas: Conhecimento Social, Fundação Carlos Chagas, Itaú Social, Interdisciplinaridade e Evidência no Debate Educacional (IEDE), Instituto Península, Fundação Lemann e Fundação Roberto Marinho.
Para homenagear o centenário do educador Paulo Freire (2021), o webinário “A influência do pensamento freiriano na avaliação: autodeterminação, justiça social e sustentabilidade” abordou os princípios da avaliação freiriana e sua aplicação no caso do Projeto Telessala Maré.
Sobre a Semana de Avalição gLocal
A Semana de Avaliação objetiva gerar um espaço plural para o compartilhamento de conhecimentos em avaliação e networking para promover o debate sobre a importância do monitoramento e da avaliação em escala global incentivando a participação de instituições privadas, governamentais, avaliadores, consultores, organizações da sociedade civil e a comunidade acadêmica.
O GEI é uma estratégia proposta pelo Grupo Independente de Avaliação do Banco Mundial em parceria com grupos acadêmicos, que busca fortalecer quadros especialistas em monitoramento, avaliação e gestão do desempenho dos países em desenvolvimento. No Brasil, a instituição que apoia as ações do GEI é a FGV.