Notícia: Webinário – História Geral da África e discriminação racial: o que mudou no Brasil?

Webinário – História Geral da África e discriminação racial: o que mudou no Brasil?

Seminário online promovido pela Unesco reúne especialistas sobre educação antirracista

Nesta quinta-feira, dia 26/11, o YouTube da Unesco vai transmitir o seminário “História Geral da África (HGA) e discriminação racial: o que mudou no Brasil?”, com a participação da cientista política Fernanda Barros, da professora Gina Pontes, da comunicóloga antirracista Katiúcha Watuze e do ator Orlando Caldeira, além da mediação da apresentadora da Rede Globo Valéria Almeida.

O evento marca o novo lançamento da Coleção História Geral da África em língua portuguesa. Principal obra de referência sobre o assunto, a Coleção HGA foi produzida ao longo de 30 anos por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.

A proposta é refletir sobre o papel do setor educacional para uma sociedade mais justa e igualitária. A partir de competências e habilidades sociais e comportamentais desenvolvidas na sala de aula,  os participantes buscam pensar na contribuição da educação e aprendizagem para um pensamento mais amplo e profundo da história do continente africano em busca de uma educação antirracista, que supera preconceitos e valoriza a importância do continente para a formação da sociedade brasileira.

 

Sobre o Webinar

O seminário, que celebra o mês da Consciência Negra, terá início às 15 horas no canal do YouTube da Unesco e tem previsão de duração de duas horas. Após a abertura do evento pela diretora e representante da UNESCO no Brasil Marlova Noleto e de representantes da Fundação Roberto Marinho e Instituto Humanize – parceiros do evento, cada participante fará uma apresentação sobre temas relacionados à pauta racial e à importância do ensino de História Geral da África.

Fernanda Barros, professora Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NEPP-DH/UFRJ), começa o ciclo de palestras falando sobre “Educação das relações étnico-raciais”, seguida pela professora da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal Gina Pontes, que segue com temas ligados à educação na mesa “As relações étnico-raciais e de gênero na escola no Brasil”. A comunicóloga antirracista, consultora e mobilizadora social Katiúcha Watuze abre a conversa sobre “Comunicação, racismo e discriminação: o que ainda temos que avançar?”, que é encerrada com o ator Orlando Caldeira, que reflete sobre “Como superar o racismo estrutural?”.

Arte de anúncio do webinar, com um fundo preto e a foto das pessoas que irão participar, além das informação de quando, horário, apoiadores e onde

Sobre a Coleção História Geral da África

A obra permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outros povos a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. Por isso, é considerada um divisor de águas na historiografia da região, ao romper com a racialização sistemática que contamina os manuais de história da África. 

Além de oferecer um material de alta qualidade para uso de pesquisadores, a Coleção HGA-UNESCO serve de base para a criação de materiais pedagógicos para utilização em sala de aula. A obra será distribuída a todas as bibliotecas de universidades públicas brasileiras. O objetivo é contribuir para repensar as relações étnico-raciais no Brasil e levantar debates sobre a descolonização intelectual da historiografia africana.

A nova edição em língua portuguesa é fruto de uma parceria entre a UNESCO no Brasil e o Instituto Humanize. O Brasil conta com a maior população originária da diáspora africana. Portanto, é urgente a necessidade de produção de materiais pedagógicos que reconheçam e reforcem os vínculos históricos, culturais, estéticos, econômicos e políticos entre o continente africano e o Brasil. 

É lei 

Desde 2003, a Lei 10.639 estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas grades curriculares dos Ensinos Fundamental e Médio. Essa lei busca preencher uma lacuna nos currículos da educação básica e serve como base para o reconhecimento e a valorização da contribuição africana, para a promoção da inclusão dos afrodescendentes no sistema educacional do país, e para o desenvolvimento de ações para promover a igualdade racial. Desta forma, se faz urgente a elaboração de novos materiais pedagógicos sobre a história e a cultura africanas, os quais sejam capazes de fortalecer a discussão das relações étnico-raciais na agenda nacional.

“A discriminação racial ainda não foi banida dos livros de história. Essa forma perversa de exclusão e intolerância continua a se manifestar nos esportes, na mídia, nas ruas, nos locais de trabalho e até mesmo nos bastidores do poder”, disse a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay em um comunicado por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial em 2019.

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