Sebrae comemora 10 anos de programa de educação empreendedora com Emicida, MV Bill e Criolo
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Histórias foram o foco do evento “Educação que Transforma”, realizado nesta terça-feira, em Brasília, para comemorar os 10 anos de atividade do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE) do Sebrae.
Nomes reconhecidos do universo da educação empreendedora, como o ex-ministro da Educação Cristóvam Buarque; a presidente nacional da Central Única das Favelas (Cufa), Kalyne Lima; a gerente de Educação Empreendedora do Sebrae, Edileide Alves; além do rapper e escritor Emicida, do rapper MV Bill e do cantor Criolo e sua mãe, Dona Vilani, compartilharam suas trajetórias com o público de gestores, educadores e estudantes.
Dividido nos blocos Gestores, Professores e Ecossistema, o evento costurou as experiências dos participantes nessas três áreas. O rapper MV Bill contou como a cultura hip hop já trazia a semente do empreendedorismo e da criação da CUFA, onde ele ficou por 20 anos: “Quando eu comecei a ficar um pouco conhecido, fiz minha auto-gestão e pensei no coletivo para que as pessoas da Cidade de Deus não nascessem com o destino traçado. E a única forma era a educação. Favelas com projetos sociais têm incidência menor de jovens ligados ao tráfico”.
Emicida lembrou que, embora tivesse grande dificuldade para as tarefas tradicionais, se interessava por histórias em quadrinhos, o que não passou despercebido por sua professora Rita de Cássia. “Ela pegou todo o conteúdo e transformou em quadrinhos. E eu cresci acreditando que poderia fazer aquilo também. Até que na oitava série eu ganhei o concurso de história em quadrinhos”, contou.
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Mãe e filhos como colegas em sala de aula
“Que bom que você está aqui, deixa tudo mais leve”, disse Criolo para a mãe, a professora e filósofa Maria Vilani que falou sobre a experiência que mudou sua vida: ela fez o Ensino Médio com os filhos Kleber (Criolo) e Kleiton e deu uma aula sobre o papel dos pais: “Um dia, um professor me disse que meu filho não estava sentado adequadamente e eu respondi que ele estava enganado: ali eu não tinha filhos, só colegas”, contou. “Em casa eu era mãe dos meus filhos, na escola não podia constrangê-los”.
A gerente do PNEE, Edleide Alves destacou o papel da educação empreendedora para a vida: “Empreender não está ligado somente à abertura de negócios. Essas competências servem para a vida”.
Durante 10 anos, o PNEE atingiu cerca de 5,4 mil municípios, fez 13,5 milhões de atendimentos a estudantes e 758 mil professores. E uma das grandes vitórias do programa foi incluir o empreendedorismo como conteúdo transversal na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — ampliando as possibilidades de trabalhar o conteúdo em sala de aula.
“Quem tem dificuldade para exercer um ofício, tem dificuldade para ser empreendedor”, disse o ex-ministro Cristóvam Buarque, traçando o objetivo da educação empreendedora promovida pelo Sebrae que é desenvolver habilidades como liderança, planejamento, capacidade de resolver problemas, entre outras competências importantes para o desenvolvimento de um projeto de vida em qualquer carreira profissional e como cidadão.
O evento teve ainda a participação do público com cases de sucesso sobre o tema e pocket show de Criolo e Emicida.