O Novo Ensino Médio foi aprovado em julho de 2024. A previsão é que ele seja implementado de forma gradual a partir de 2025. A Lei 14.945/2024 reformulou a estrutura dessa etapa de ensino no Brasil, com o objetivo de torná-la mais flexível e alinhada às necessidades dos estudantes e do mercado de trabalho.

O que muda com o Novo Ensino Médio?

• Carga horária
• Escolha dos itinerários
• Formações oferecidas
• Maior protagonismo do(a) estudante.

Quando começa o Novo Ensino Médio?

A implementação do Novo Ensino Médio será gradual:

• 2025: implementação para os estudantes da 1ª série do Ensino Médio;
• 2026: as regras começarão a valer também para a 2ª série;
• 2027: implementação total na 3ª série.

Como funciona o novo Ensino Médio?

A nova lei prevê que a carga horária deva ser de, no mínimo, 3 mil horas considerando os três anos do Ensino Médio. Totalizando mil horas por ano. Os estudantes podem optar por dois itinerários: Formação Técnica e Profissional ou Itinerários Formativos de Aprofundamento.

• Itinerário de Formação Técnica e Profissional

Quem escolher o Itinerário de Formação Técnica e Profissional, precisa cumprir um total de 3.100 horas. Destas, pelo menos, 2.100 horas devem ser dedicadas à Formação Geral Básica, composta pelas áreas de Linguagens e suas tecnologias, Ciências Humanas e Sociais aplicadas, Ciências da Natureza e suas tecnologias  e Matemática e suas tecnologias. As demais horas serão destinadas à formação técnica e profissional.

• Itinerários Formativos de Aprofundamento

Já o(a) estudante que optar pelo Itinerários Formativos de Aprofundamento deve cursar, no mínimo, 2.400 horas de Formação Geral Básica. As 600 horas restantes serão destinadas aos Itinerários Formativos de Aprofundamento escolhidos pelo estudante.  

As escolas deverão ofertar, no mínimo dois Itinerários Formativos, que na Rede SESI podem ser: 

• Linguagens + Ciências Humanas
• Matemática + Ciências da Natureza
• Matemática + Ciências Humanas + Linguagens

Além disso, as escolas do SESI podem optar por disponibilizar de dois a três desses itinerários ou oferecer a Formação Técnica e Profissional. 

Como os Itinerários serão ofertados?

As escolas agora têm mais flexibilidade para organizar o aprofundamento das áreas do conhecimento, garantindo opções que atendam às necessidades dos estudantes. 

As opções de oferta são:

✅ 2 ou mais itinerários integrados, com ênfase em 2 ou 3 áreas do conhecimento.
✅ 4 ou mais itinerários separados, cada um com foco em uma área do conhecimento.
✅ 2 ou mais itinerários técnicos e profissionais (ETP).
✅ Um único itinerário abrangente, integrando as 4 áreas + um técnico e profissional.

Para saber quais opções estão disponíveis, consulte a escola do SESI mais próxima de você.

Ensino Técnico

As escolas podem oferecer cursos técnicos e profissionalizantes dentro dos itinerários formativos. E o(a) estudante que optar pelo curso técnico, terá dupla titulação: educação básica e formação técnica. Essa integração é vista como estratégica para aumentar a empregabilidade dos jovens.

Projeto de Vida

Introdução componente Projeto de Vida, que tem como objetivo ajudar os estudantes a planejarem o futuro acadêmico e profissional.

Por que essas mudanças são importantes?

Essa mudança valoriza o protagonismo dos estudantes, promovendo autonomia e personalização no aprendizado. O estudante escolhe o que faz mais sentido para seus sonhos e objetivos! 

Desafios da implementação

Leonardo Lapa Pedreira, Gerente de Educação Básica do SESI, enxerga com otimismo as mudanças previstas na Política Nacional de Ensino Médio. Mas destaca dois desafios principais:

Leonardo reforça que esse alinhamento entre o Enem e as mudanças propostas pela nova lei precisa ser feito até 2028.

Outro ponto que ele destaca: “É essencial definir parâmetros claros e mínimos para os itinerários formativos. Se a formação básica não estiver alinhada ao Enem, os itinerários não vão cumprir o seu papel de apoiar os estudantes em seus respectivos projetos de vida.”, analisa Pedreira.

A inclusão do Ensino Técnico

Dentre os principais pontos positivos, Leonardo acredita que estão a ampliação da carga horária e a inclusão do ensino técnico. 

Para o gerente de Educação do SESI, poucos estudantes enxergam o ensino técnico como uma possibilidade na sua formação. O estudo Education at a Glance 2021, da OCDE, reforça essa percepção. No Brasil, apenas 9% dos alunos do ensino médio fazem um curso técnico ou de qualificação. Na União Europeia, esse percentual é de 43%; no Chile, 29%; e, Colômbia, 24%.

 

Como as redes de ensino estão se preparando?

O Serviço Social da Indústria (SESI) já iniciou a adequação ao Novo Ensino Médio. Os materiais didáticos da 1ª série já estão alinhados à nova política, e os estudantes foram matriculados nos itinerários formativos com a nova carga horária.

“Queremos ser uma referência na implementação do Novo Ensino Médio para apoiar as redes públicas.”, reforça Pedreira.

Cronograma de implementação do Novo Ensino Médio

• 2025: as redes de ensino devem iniciar seus planos de ação para se adequar às novas cargas horárias para os(as) estudantes da 1ª série.
• Março de 2025: MEC e o CNE definem Parâmetros Nacionais para Itinerários Formativos de Aprofundamento.
• Dezembro de 2025: INEP propõe matrizes de avaliação para o SAEB e o ENEM, alinhadas à BNCC e aos Parâmetros Nacionais para os  Itinerários.
• 2026: Estados aprovam seus novos currículos para o ano letivo de 2026.

Acompanhe no Canal Futura e na Fundação Roberto Marinho mais atualizações sobre o Novo Ensino Médio e como ele impactará estudantes e educadores em todo o Brasil.

Sobre a Fundação Roberto Marinho

A Fundação Roberto Marinho inova, há mais de 40 anos, em soluções de educação para não deixar ninguém para trás.  Promove, em todas as suas iniciativas, uma cultura de educação de forma encantadora, inclusiva e, sobretudo, emancipatória, em permanente diálogo com a sociedade. Desenvolve projetos voltados para a escolaridade básica e para a –solução de problemas educacionais que impactam nas avaliações nacionais, como distorção idade-série, evasão escolar e defasagem na aprendizagem.  A Fundação realiza, de forma sistemática, pesquisas que revelam os cenários das juventudes brasileiras. A partir desses dados, políticas públicas podem ser criadas nos mais diversos setores, em especial, na educação. Incentivar a inclusão produtiva de jovens no mundo do trabalho também está entre as suas prioridades, assim como a valorização da diversidade e da equidade. Com o Canal Futura fomenta, em todo o país, uma agenda de comunicação e de mobilização social, com ações e produções audiovisuais que chegam ao chão da escola, a educadores, aos jovens e suas famílias, que se apropriam e utilizam seus conteúdos educacionais. Mais informações no Portal da Fundação Roberto Marinho.